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- “A Farsa”, numa interpretação única de Maria do Céu Ribeiro, prémio melhor actriz 2013 da Sociedade Portuguesa de Autores | 7 de Março – 22h00 – Teatro Diogo Bernardes
“A Farsa”, numa interpretação única de Maria do Céu Ribeiro, prémio melhor actriz 2013 da Sociedade Portuguesa de Autores | 7 de Março – 22h00 – Teatro Diogo Bernardes
"A Farsa dá a voz à personagem Candidinha, um ser marginalizado pela sociedade em quem, sob a farsa da submissão, se condensa um discurso de ódio, de inveja e de maldade. Uma obra que se aproxima de caracteres da escrita poética e filosófica, que coloca em causa os modos de representação do real para se afirmar como uma meditação sobre a metafísica da dor e sobre o absurdo da condição humana, dentro da qual as coordenadas de tempo, espaço, intriga ou personagens servem de cenário universal e abstracto para o drama secular da luta do homem entre o sonho e a desgraça.
Candidinha alberga todas as raivas do mundo. E ódios acumulados. De mão estendida e coração de dor vai correndo as casas das patroas, as ruas da aldeia, e os montes agrestes. Um mundo pequenino, apertado, sombrio, onde a loucura da fome asfixia o futuro. Este não é um texto sobre ter alguma coisa. Este é um texto sobre o não ter nada."
"Quando, no romance de Raul Brandão, vemos a Candidinha pela primeira vez, ela é uma figurinha insignificante, minúscula, caladinha a um canto agarrada a um xaile, perdida nos hábitos, na vila, no meio das velhas, da chuva. Coitada.
Quando avançamos enganámo-nos: vemo-la correr toda a vida atrás deste sonho que, como as côdeas, alimenta e envenena. Pelo caminho é esmagada pelos eternos nadas, por um exército de fantasmas, de despojos de um sonho maior que a vida que lhe coube viver.
Nesta encenação, um mundo que era só de palavras passa a existir num corpo, num espaço, num ambiente, num ritmo diferente do da leitura. Passa a ouvir-se e a ver-se e a existir também em silêncios, pequenas esperas, tempos, palavras que não se ouvem. A mim coube-me pensar nas palavras desta Candidinha, e encontrei muitas vezes com mais clareza aquelas que ficam por dizer. Procurei que o discurso não fugisse a esse indizível, que integrasse as coisas que não são palavras que a encenação e a interpretação trazem. Procurei um texto que deixasse espaço ao silêncio." Raquel S., Dramaturga.
Encenação António Júlio / Dramaturgia e adaptação Raquel S. / Cenografia e figurino Cátia Barros / Luz Nuno Meira / Sonoplastia Luis Aly / Interpretação Maria do Céu Ribeiro / Fotografias de divulgação Paulo Pimenta / Imagem gráfica Sara Pazos / Gestão programação e produção Carla Miranda
Bilhetes à venda e mais informações no Teatro Diogo Bernardes, pelo telefone 258 900 414 ou pelo email teatrodb@cm-pontedelima.pt.