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Comunicado à Imprensa – Declarações de Mário Santos – Federação Portuguesa de Canoagem
A Câmara Municipal de Ponte de Lima manifesta o seu repúdio e discordância em relação às recentes declarações surgidas na imprensa, proferidas por Mário Santos, Presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), no que concerne à opção do vice-campeão olímpico Fernando Pimenta, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres.
Sem querer imiscuir-nos em questões técnicas, parece-nos que o tratamento dado aos atletas do pela FPC não é idêntico ao que recebem outros clubes e a situação acontece desde há muito, com multas e tomadas de posição que denotam falta de equidade nas decisões assumidas por esta entidade e pelo seu presidente.
O Clube Náutico de Ponte de Lima não tem a força ou o nome, em termos nacionais, dos grandes clubes, principalmente dos que têm ligações ao futebol, mas detém um palmarés invejável e um currículo cobiçável que faz, seguramente, imensa impressão a determinadas pessoas - estamos certos que o Presidente da FPC não teria atitudes idênticas contra clubes de nome nacional, sobretudo, usando termos como "intransigente".
Se alguém tem promovido a imagem, e possivelmente o perfil do facebook, à custa dos atletas que, dependendo apenas de si próprios, têm conseguido grandes resultados para elevar o nome de Portugal é o Presidente da FPC. Tanto quanto sabemos, não tem nenhuma experiência pessoal em conquistas de medalhas, bem como, em fazer com que a bandeira portuguesa seja hasteada, para proferir os despropósitos saídos há dias na imprensa.
Se a "última marcha da fanfarra da vila" quer insinuar qualquer mensagem dirigida a Ponte de Lima, Vila que se honra de o ser, com hino concelhio, bandeira, brasão e entidades que a representam, para além do amor-próprio que caracteriza uma localidade com 888 anos de História, marcada pela identidade e pelo sentimento de memória, exigimos o competente pedido de desculpas e pode o Presidente da FPC ficar ciente que tudo faremos para defender o nome de Ponte de Lima e as suas instituições, neste caso o seu Clube Náutico, a quem manifestamos solidariedade absoluta, sem que, repetimos, nos queiramos intrometer em questões de ordem técnica - se fizer falta, sairão a fanfarra, os bombos, os tambores, as cornetas, os pratos e tudo quanto faça barulho, pois esta Gente orgulha-se dos seus maiores e une-se pelas causas que considera da mais elementar justiça.
Com o pedantismo demonstrado nas declarações, Mário Santos deveria falar não só de intransigência mas também de inteligência, pois julgamos que, não obrigatoriamente pela ordem apresentada, há demasiado de uma e muito pouco ou nada da outra. É indispensável, na intransigência, ter a inteligência necessária para poder acarinhar os sonhos dos jovens atletas - com a entrega e audácia que os caracteriza, querem participar nas provas em que acreditam vencer e para as quais, com o esforço individual, sublinhe-se devidamente, conseguiram apurar-se -, assim como, é fundamental, com inteligência e, principalmente, com bom senso, dosear a intransigência de forma a conduzir as questões com a psicologia própria de um dirigente, a qual não parece possuir o Presidente da FPC, pouco dado ao diálogo e à negociação, como provam as relações pautadas pela distância com as instituições e com as pessoas.
Esperando os maiores êxitos para os atletas que representam Portugal, extensíveis ao Presidente da FPC, ainda que à boleia de talentos individuais para os quais nada contribuiu, a Câmara Municipal de Ponte de Lima fará tudo o que estiver ao seu alcance para defender o Clube Náutico local e os seus atletas de atitudes persecutórias que em nada favorecem a prática desportiva e afastam os jovens da modalidade - os dirigentes nacionais esquecem que apenas 36 portugueses fazem parte da estrita galeria de medalhados olímpicos, o que significa uma média de, apenas, 1,57 por olimpíada.