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Caminho Português de Santiago deturpado em publicação da responsabilidade do Eixo Atlântico

Turismo
24 Fevereiro 2010
O Município de Ponte de Lima teve conhecimento da versão online da publicação da responsabilidade do Eixo Atlântico com o título, em português, "O Caminho que conduz a mais destinos" e, após a análise cuidada da mesma, não pode deixar...

O Município de Ponte de Lima teve conhecimento da versão online da publicação da responsabilidade do Eixo Atlântico com o título, em português, "O Caminho que conduz a mais destinos" (pdf | 42 mb) e, após a análise cuidada da mesma, não pode deixar de manifestar o seu total desagrado pela maneira como está tratado o Caminho Português de , pois o conjunto de informações ali recolhidas sobre a temática em nada corresponde à verdade.

O mapa que abre a publicação não traça a realidade dos Caminhos de Peregrinação em território português e é mesmo enganador para os Peregrinos, atendendo que não refere o principal e mais central itinerário de peregrinação, conhecido mundialmente por Caminho Central, que corresponde ao eixo Porto - Vilarinho - S. Pedro de Rates - Barcelos - Ponte de Lima - Rubiães (Paredes de Coura) - Valença do Minho. Independentemente de se pretenderem marcar, muitas vezes sem estudar, itinerários alternativos, não se pode negar a História e a Arqueologia, apenas por motivos turísticos e economicistas, o que é o caso da publicação em causa que omitiu o itinerário escolhido pela maior parte dos peregrinos que demandaram Santiago, pelo menos a partir do início do séc. XIV, o que bem se demonstra pelos inúmeros relatos que se conservam nos arquivos compostelanos e nas referências conhecidas aos seus caminheiros mais ilustres: a Rainha Santa Isabel, Leão de Rotzmithal, Jerónimo Münzer, el-Rei D. Manuel, Confalonieri, Albani, e provavelmente também S. Francisco de Assis, o Beato Francisco Pacheco e tantos outros egrégios peregrinos que a memória não registou. Com efeito, com a conclusão da ponte de Barcelos em 1325 e a remodelação da de Ponte de Lima na mesma época, foi possível criar um percurso retilíneo que evitava a inflexão por Braga e a travessia a vau ou em barca dos rios mais perigosos. Rates, Barcelos, Ponte de Lima, Valença, Tui, Redondela, Pontevedra e Caldas de Reis definiram o novo itinerário medieval do Porto a Santiago. Tudo isto é possível documentar pelos extensos relatórios e fundamentações arqueológicas realizadas por especialistas ao longo de um período considerável de estudo.

Atente-se também para a gravíssima omissão da que, no conjunto dos espaços naturais classificados em Portugal, é considerada de importância relevante.

No que respeita a mapas detalhados, só aparece a parte galega dos itinerários oriundos de Portugal. É pena, pois o Caminho Central está totalmente levantado, profundamente documentado e foi alvo, até ao momento, de um número considerável de publicações, nomeadamente guias, em português, inglês, castelhano...

Por último, os . A publicação refere a rede de Albergues existente na Galiza. Em Portugal existem já quatro Albergues de Peregrinos - em S. Pedro de Rates, Valença do Minho, Rubiães (Paredes de Coura) e Ponte de Lima, este último aberto em julho passado e que já acolheu cerca de 1 500 Peregrinos - e está prevista, para muito breve, a abertura de mais um em S. Pedro de Fins Tamel, no Concelho de Barcelos. Será por estes Albergues se situarem no Caminho Central que os ignoraram?

O Município apresentou por escrito, devida e pormenorizadamente fundamentado, este desagrado ao Presidente da Comissão Executiva do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular e aguarda a competente elucidação que se espera pública e convenientemente publicitada.

Caminho Português de Santiago deturpado em publicação da responsabilidade do Eixo Atlântico
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