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Um Encontro Provocado | Companhia Paulo Ribeiro | 17 de Maio – 22h00 – Teatro Diogo Bernardes – Ponte de Lima

Cultura
16 Maio 2019

Uma das maiores referências nacionais da dança contemporânea em Portugal no Teatro Diogo Bernardes para uma reflexão sobre a violência.

Sexta-feira à noite, dia 17 de Maio, às 22h00, no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, a Companhia Paulo Ribeiro, referência nacional e internacional da dança contemporânea, apresenta Um Encontro Provocado, com Coreografia, Cenografia e Desenho de Luz de Henrique Rodovalho e Interpretação de Margarida Belo Costa, Miguel Oliveira, Miguel Santos e Teresa Alves da Silva.

Trata-se, na realidade, de um dos momentos mais altos, em termos de espectáculos, de toda a temporada de 2018-2019, do Teatro Diogo Bernardes, que termina no próximo dia 1 de Junho, não esquecendo que foi esta companhia a escolhida para a celebração dos 120 Anos do Teatro Diogo Bernardes, em 19 e 20 de Setembro de 2016, deixando marcas inesquecíveis a todos que estiveram presentes.

"O encontro provocado – para uma composição coreográfica – entre artistas de duas nacionalidades tão próximas, Brasil e Portugal, procura reflectir sobre uma questão perturbadora: a violência. Uma abordagem inscrita na diferença que essa mesma violência assume em cada um destes países da ‘mesma família’. No Brasil, a violência – de todos os tipos e esferas – está em níveis alarmantes; já Portugal é considerado, hoje, um dos países mais seguros do mundo. Porquê esta diferença, actualmente, tão grande entre o Brasil e Portugal? 

Quatro bailarinos portugueses e um coreógrafo brasileiro – numa linguagem artística que não expressa a palavra, mas sim o que ela quer ou o que não consegue dizer: a dança – enveredam pelas particularidades e especificidades destes dois países, compondo o questionamento que atravessa toda a peça. Corpos e movimento, que através da sua singular comunicação, expõem géneros, níveis e questões inerentes à ausência e à presença dessa mesma violência.

Quatro bailarinos na tentativa, por vezes, ingénua, de procurar ou encontrar uma solução, seja pelo confronto ou pela poesia, pelo versus ou versos de um mesmo problema. Durante esse espaço-tempo, revelam-se aos poucos e, inusitadamente, as diferenças existentes entre eles. Pensamentos e vontades distintos são abordadas fisicamente, criando um ambiente instável e inseguro. Uma instabilidade, por vezes, agonizante; mas outras, por acaso, irónicas e – porque não – engraçadas. Nestas diferenças, pesos e forças revelam-se e destacam-se. O corpo é o instrumento desafiador. O físico é a linguagem. Durante e dentro de um determinado espaço cénico, que parece alternar-se no tamanho e na forma, tentam quase o tempo todo, um certo equilíbrio, uma harmonia com estas diferenças. E no contexto dessa tentativa revelam-se momentos sensíveis e estes, seja por uma certa beleza plástica ou por uma delicada intenção, resultam numa quase pura poesia."

Henrique Rodovalho

Criada em 1995, a Companhia Paulo Ribeiro é uma companhia portuguesa de dança contemporânea, com um repertório próprio de peças ora criadas e dirigidas por Paulo Ribeiro, seu homónimo, fundador e um dos coreógrafos que esteve na origem do movimento artístico intitulado Nova Dança Portuguesa; ora por outros criadores convidados. Estrutura residente no Teatro Viriato (Viseu, Portugal) desde 1998, é a partir daí que desenvolve a sua atividade de pesquisa, de criação, de produção e de difusão; assim como de formação. Atualmente, a Companhia Paulo Ribeiro é dirigida pelos coreógrafos e bailarinos António Cabrita e São Castro.

Muito recentemente, a 27 e 28 de Abril passados, este espectáculo foi apresentado no Teatro Nacional de S. João, no Porto, no âmbito do Festival DDD – Dias da Dança, da seguinte forma: “Quatro bailarinos portugueses e um coreógrafo brasileiro – numa linguagem artística que não expressa a palavra, mas sim o que ela quer ou que não consegue dizer: a dança – enveredam pelo questionamento que atravessa toda a peça e que incide sobre a violência.

Corpos e movimento, que através da sua singular comunicação expõem géneros, níveis e questões inerentes à ausência e à presença dessa violência. A violência no ser, do ser. A violência perpetrada ao mundo, do mundo a cada um. A violência de viver ou de perder a vida. A violência enquanto sentimento humano. Na tentativa, por vezes, ingénua, de procurar ou encontrar uma solução, seja pelo confronto ou pela poesia, quatro bailarinos revelam aos poucos e, inusitadamente, as diferenças entre eles.”

O Diário de Notícias publicou que, “Segundo o coreógrafo, como o Brasil "está num momento muito confuso, muito delicado", as pessoas que vão assistir ao espetáculo consideram que ele tem "um frescor", que é "pelo menos uma coisa leve" que lhes está a acontecer.

"Aqui não", sublinhou, explicando que os bailarinos precisam de muita técnica para não irem parar ao hospital depois das várias quedas e confrontos que têm no palco, com o objetivo de "dar veracidade a tudo o que está a acontecer".

"Tem que saber levar porrada, mas tem que saber dar, para não machucar o companheiro. Tem toda essa técnica dentro da fisicalidade", disse Henrique Rodovalho, acrescentando que, ao mesmo tempo, os bailarinos têm que ter também "a técnica da dança contemporânea, que está inserida em vários momentos".

Em palco, haverá "desde violência de posicionamento, de um se sentir superior ao outro, até violência entre homem e mulher, auto violência", com os quatro bailarinos a mostrarem várias diferenças entre si.

"É difícil definir, mas é uma coisa que eu fui trabalhando em várias camadas. Cada um vai ter uma leitura, mas o espetáculo é no sentido de provocar isso mesmo, essa avaliação do que é que está a acontecer", frisou.”

COREOGRAFIA, CENOGRAFIA E DESENHO DE LUZ

Henrique Rodovalho

MÚSICA

Dawn of Midi: Io, Ymir, Moon, Atlas e Dysnomia (do álbum Dysnomia);

Ryuichi Sakamoto: Walker, Andata, Disintegration e Ubi (do álbum Async);

Silva: Nada será mais como era antes, Milhões de Vozes e Brasil, Brasil (do álbum Brasileiro)

INTERPRETAÇÃO

Margarida Belo Costa, Miguel Oliveira, Miguel Santos e Teresa Alves da Silva

PRODUÇÃO

Companhia Paulo Ribeiro

COPRODUÇÃO

Teatro Viriato e Teatro Nacional São João

A Companhia Paulo Ribeiro é uma estrutura financiada pela DGARTES

Bilhetes à venda (6,00€) e mais informações no Teatro Diogo Bernardes, pelo telefone 258 900 414 ou pelo email teatrodb@cm-pontedelima.pt.

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