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- Dois Reis e Um Sono | Teatro Extremo | Um espectáculo destinado a ser apreciado em conjunto com a família – venham todos, miúdos e graúdos
Dois Reis e Um Sono | Teatro Extremo | Um espectáculo destinado a ser apreciado em conjunto com a família – venham todos, miúdos e graúdos
15 de março – 22h00 – Teatro Diogo Bernardes – Ponte de Lima
Sexta-feira, 15 de março, às 22h00, no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, Dois Reis e Um Sono, de Natália Correia e Manuel de Lima, pelo Teatro Extremo, com encenação de Fernando Jorge Lopes.
Peça escrita por Natália Correia em colaboração com Manuel de Lima, Dois Reis e um Sono conta-nos a história de dois reinos em litígio, sendo a alegórica figura do Sono o motivo da discórdia entre monarcas irmãos. Uma parábola sobre o poder, a vaidade, o consumismo, o amor, a conquista e o uso da liberdade de expressão, mas também sobre qual o limite do nosso livre arbítrio e para onde caminha a Humanidade.
50.ª criação do Teatro Extremo
Prestes a completar 25 anos de existência (em Março de 2019), o Teatro Extremo abre estas comemorações levando à cena “Dois Reis e um Sono” que ficará, para memória futura, inscrita como a sua quinquagésima criação.
Esta peça, inserida no nosso ciclo intitulado “Resgate da Memória e da Beleza ao Público Contemporâneo”, ilustra exemplarmente o caminho criativo realizado pela nossa companhia nestas duas décadas e meia de existência:
Uma arte dedicada às novas gerações, onde a poesia e o trabalho de actor são as palavras chave que desvendam o universo artístico desta estrutura de criação, programação e de animação sócio-cultural educativa, que realiza um serviço público reconhecido não só localmente, mas também por todo o país e inclusivamente no estrangeiro.
Para um teatro que tem por desejo cumprir os fundamentos de uma arte popular sem ser populista e erudita sem ser elitista, é com toda a naturalidade que mergulhamos neste texto de Natália Correia e Manuel de Lima, que escrito há meio século, conserva toda a sua frescura quanto aos motivos que encerra na sua trama.
Procurando ter como referência um público infanto-juvenil, o texto, ao contrário de muitos que procuram a “infantilização” dos públicos a que se dirigem, está pejado de várias camadas de leitura que a todos são dadas a perceber e que contribuem para a seu maior interesse e profundidade.
Tendo como subtítulo “Há grande complicação na corte do mandrião”, esta peça critica não só o imobilismo e a ligeireza com que muitos de nós colocam o seu destino nas mãos de outros (porque é mais cómodo não pensar), mas também expressa inequivocamente uma crítica à cupidez e ganância de quem detém o poder, financeiro ou político, numa sociedade de consumo criada para a crise e para a guerra, tendo por objectivo gerar complicações para vender facilidades, transformando tudo em mercadoria, inclusive até o sono.
Ainda assim os autores não quiseram deixar de nos dar uma nota de esperança, acabando a obra com uma redenção poética em torno do amor, da inteligência, da necessidade de pensar pela própria cabeça e de mudar o estado ao qual chegámos.
De modo a abrirmos mais as portas da percepção ao “espírito” nataliano, convidámos o Armando Nascimento Rosa para nos ajudar na dramaturgia da peça e na sua expressão musical, o qual como homem de teatro e especialista da obra da autora foi essencial para levar a obra a bom porto.
Para ilustrar a peça tanto ao nível dos figurinos bem como do cenário, fomos em busca de uma estética retro-futurista declaradamente inspirada nas primeiras séries de Flash Gordon (1936) ou de Buck Rogers (1939), apresentadas ainda e só no cinema (e que depois foram a fonte de inspiração da saga Guerra das Estrelas por exemplo) e que harmoniza plasticamente reis e princesas, impérios e
democracias, naves e espadas, com o nosso imaginário contemporâneo.
A tudo isto tentámos juntar no caminho para a representação, a “loucura” de Alfred Jarry e da sua patafísica, a qual foi fonte de inspiração para os autores da peça na sua carpintaria teatral e salientar ainda as referências clássicas de Natália Correia, colocando o Sono/Hypnos numa dimensão que transvasasse a realidade intrínseca da peça.
Esperemos que o resultado final seja um estímulo para que quem dele usufrui, de modo a que novas interrogações e necessidades daqui nasçam na procura da felicidade e de uma vida melhor, quer no presente, quer no futuro.
Teatro Extremo
Ficha Artística e Técnica
Autoria: Natália Correia e Manuel de Lima; Direcção Artística: Fernando Jorge Lopes; Dramaturgia e Composição Musical: Armando Nascimento Rosa; Elenco: Bibi Gomes, Carlos Sebastião, Fernando Jorge Lopes, Francisca Lima, Jefferson Oliveira, José Graça, José Neto, Rui Cerveira e ainda António Olaio, João Dacosta, João Rodrigues, Josefina Correia, Marta Valente, Victor Pinto Ângelo; Desenho de Luz e Direcção Técnica: Celestino Verdades; Cenografia e Adereços: Celestino Verdades, Daniel Verdades e Fernando Jorge Lopes, Maria João Montenegro; Caracterização Especial Ministro Pencudo e Sono: Pessoa Júnior; Figurinos: Alice Rolo; Movimento: Maria João Garcia; Operação de Luz: Daniel Verdades; Operação de Som e Vídeo: Maria João Montenegro; Arranjos e Produção Musical em Estúdio: Mário Rui Teixeira; Design Gráfico e Fotografia: P2F Atelier; Realização e Edição de Vídeo: António Rodrigues; Spot Rádio: Paulo Lázaro; Direcção de Produção: Sofia Oliveira; Assistência de Produção: Josefina Correia e Paula Almeida; Comunicação e Assessoria de Imprensa: Nádia Santos; Promoção: Victor Pinto Ângelo; 50.ª criação do Teatro Extremo
Maiores de 6 anos.
Bilhetes à venda (4,00€) e mais informações no Teatro Diogo Bernardes, pelo telefone 258 900 414 ou pelo email teatrodb@cm-pontedelima.pt.