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Tó Trips

Cultura
26 Jul
Adicionar a calendário 2020-07-26 22:00:00 2020-07-26 23:30:00 Europe/Lisbon Tó Trips + Música Praça do Pavilhão de Feiras e Exposições de Ponte de Lima / Expolima

+ Música

Co-fundador de marcos da recente música nacional, como é o caso dos Lulu Blind ou Dead Combo, e membro da fase final dos Santa Maria Gasolina em Teu Ventre, Tó Trips lançou em 2009 o seu primeiro álbum a solo, ‘Guitarra 66’, pela Mbari, efusivamente
recebido pela crítica. Lindo registo de música crua, aberta, generosa, de espírito nomádico, encaixa as pistas e materializações que Trips dava já nos Dead Combo. O meta-fado de Paredes, a música de fantasminhas da boémia lisboeta, a tradição cubana como vista por Marc Ribot, o lado mais lírico do western spaghetti de Ennio Morricone ou o encontro ibero-árabe do flamenco, deixando-nos com uma linguagem que entretece todos estes vocabulários e o torna uma língua sua, real como só os verdadeiramente bons e honestos o conseguem ser. Guitarrista do melancólico e do luminoso, transforma em som um homem que é profundamente português, fascinado pelas viagens - reais, internas, imaginárias e impossíveis. Regressou na Primavera de 2015 com o
disco “Guitarra Makaka – Danças a um Deus Desconhecido”. E mais uma vez não se deixa Tó prender a fórmulas, não obstante possuir, à guitarra, um estilo particularmente distinto. Isto é, o aparecimento de um novo disco a solo seu deve-se, antes de mais, à necessidade de documentar o desenvolvimento e exploração de uma nova linguagem. Mais concretamente à guitarra Resonator, com os seus cones metálicos a ampliar de modo natural o som e raízes associadas a ícones como Tampa Red ou Bukka White. Não
que Tó finja aqui ser quem não é – aliás, mais longe do blues do delta do Mississippi não podia estar. Afinal, o seu interesse na tradição será apenas por aquilo que – na acepção real do termo – ela possui de mais primitivo. Isto é, o seu projecto é efectivamente o da prossecução daquilo que, em rigor, nas cordas de aço, nunca existiu em lugar nenhum. Daí que se socorra da alegoria da “ilha imaginária”, embora trabalhe igualmente no sentido de evocar memórias específicas. No fundo, mais não se fala do que de uma música que soube fazer do isolamento uma fortaleza e da independência o melhor que tem a dar de si. Levem-na convosco para uma ilha deserta que não se irão arrepender.

Biografia

Naquilo que se normalmente se apelidava de Música Moderna Portuguesa, o impacto da primeira banda de Tó Trips – os Amen Sacristi – foi conjuntural. Frequentadores dos concursos do Rock Rendez-Vous lembrar-se-ão deles. E coleccionadores de rock nacional terão algumas das K7s ou compilações nas quais figuravam entre 1986 e 1989. Tó recorda-os sob a influência de uns Chameleons, embora na altura surgissem associados aos nomes de Big Black (de Steve Albini) ou Glenn Branca. A fechar a década foi convidado por Jorge Ferraz para ingressar nos incendiários Santa Maria Gasolina em Teu Ventre, com os quais gravou um EP. Se o combustível desses terminou, Tó não dava sinais de abrandar, fundando os Lulu Blind. O arranque da banda é apoteótico, culminando em 1993 na primeira parte do concerto dos Sonic Youth, no Campo Pequeno e, pouco depois, na abertura para os Manic Street Preachers, no Pavilhão Carlos Lopes. Em 1994 editam “Dread”.
Mas em Portugal, ao contrário do que se passou um pouco por todo o mundo, o underground não se tornou no mainstream. E, como a de tantos outros (que na altura enchiam o Johnny Guitar), a história dos Lulu Blind ao longo da década de 90 acaba por reflectir a desagregação no interesse do público pela música portuguesa menos católica. Não seria de estranhar que se impusesse uma mudança de ares que se fizesse equivaler a novas vivências e, claro, a uma entrada num novo milénio prenhe em significados e simbolismo. Dir-se-ia que o aparecimento do duo com Pedro Gonçalves – os Dead Combo – não tentou satisfazer outra ambição. Fiel ao tempo que a viu nascer, a curiosidade cultural que o grupo desde cedo revelou teve o paradoxal efeito de concentrar
públicos. E tudo o que se passou entretanto poderá ter contribuído para que Tó, de uma só vez, pensasse em escancarar portas que permaneciam teimosamente fechadas. Fê-lo em 2009 com o terno e intimista “Guitarra 66”, o seu primeiro CD a solo, num momento em que a música portuguesa se tornava novamente mais livre e isenta de complexos. Só que neste caso materializava-se também algo que se impôs, ao fim de mais de duas décadas, como uma necessidade artística: projectar a visão que se quer própria ao
indivíduo. Tó resumia-o de forma geográfica: “um disco mediterrânico e com raízes portuguesas. Um disco ibérico e virado para o Atlântico. Cruza viagens pelo deserto africano, evoca bairros latinos nos Estados Unidos, imagina mares do sul”. Paralelamente
a isso – e à construção de um público internacional através de uns Dead Combo de referências progressivamente mais arejadas – surgiram novas ideias: houve “Vi-os Desaparecer na Noite”, com Tiago Gomes, uma banda sonora em guitarra eléctrica para leituras de “On The Road”, de Jack Kerouac; e deu-se a criação do iconoclasta Timespine, o trio com Adriana Sá e John Klima. Ou seja, não parou de se expandir o léxico de Tó Trips nem desapareceram do seu caminho os estímulos exteriores que tanto
o alimentam. Depois chegou “Guitarra Makaka – Danças a um Deus Desconhecido”. E mais uma vez não se deixa Tó prender a fórmulas, não obstante possuir, à guitarra, um estilo particularmente distinto. Isto é, o aparecimento de um novo disco a solo seu deve-se, antes de mais, à necessidade de documentar o desenvolvimento e exploração de uma nova linguagem. Mais concretamente à guitarra Resonator, com os seus cones metálicos
a ampliar de modo natural o som e raízes associadas a ícones como Tampa Red ou Bukka White. Não que Tó finja aqui ser quem não é – aliás, mais longe do blues do delta do Mississippi não podia estar. Afinal, o seu interesse na tradição será apenas por aquilo
que – na acepção real do termo – ela possui de mais primitivo. Isto é, o seu projecto é efectivamente o da prossecução daquilo que, em rigor, nas cordas de aço, nunca existiu em lugar nenhum. Daí que se socorra da alegoria da “ilha imaginária”, embora trabalhe
igualmente no sentido de evocar memórias específicas. Muitos o fizeram antes, é certo. Falar de alguns deles – como dos Martha and the Muffins de ‘Echo Beach’ – não serve para explicar a música, mas, antes, lembrar a atitude. Os Blondie, para dar outro exemplo com berço no punk, sonorizaram em 1982 ‘Island of Lost Souls’, um falso calipso da estirpe do ‘Island Girl’, de Elton John, com credibilidade insular no trompete do porto- riquenho Perico Ortiz e inclinação nativa nuns segundos de gritos e guinchos a imitar araras e saguis. A canção inspirava-se na adaptação para cinema de “The Island of Dr. Moreau”, de H.G. Wells, produzida em 1933 pela Paramount e na qual, reagindo a um clamor ritualista que se presumia de origem autóctone, declarou Charles Laughton no
papel do doutor: “They are restless tonight.” De facto, porque nem todos podem ser o Eden Ahbez de ‘Nature Boy’, e por aí se escrutinar a condição humana em circunstâncias laboratoriais, muitas vezes se voltou à metáfora da ilha para atingir fins moralistas. Parece a cultura popular saber o que no contexto da biogeografia postulou David Quammen em “The Song of the Dodo”: que “as ilhas são santuários e terrenos férteis para o único e o
anómalo”. Não terá sido por outra razão que, para dar voz a uma relação inter-racial, conforme então se dizia, tenha inventado Harry Belafonte a ficcional ilha de Santa Marta em ‘Island in the Sun’. Ou, muito antes, no ciclo “Noites de Verão”, tenha Berlioz feito residir o amor eterno numa ‘Île inconnue’. Com a devida vénia a More, e numa palavra, trata-se de utopia. Disso, sim, partilha Tó Trips. Escutam-se os temas deste “Guitarra Makaka – Danças a um Deus Desconhecido” – e nem chamámos Steinbeck ao barulho – e em muito disto se pensa e de outro tanto se desconfia. No fundo, mais não se fala do que de uma música que soube fazer do isolamento uma fortaleza e da independência o melhor que tem a dar de si. Levem-na convosco para uma ilha deserta que não se irão arrepender.

Horário:

22h00

Local:
Praça do Pavilhão de Feiras e Exposições de Ponte de Lima / Expolima
Preço:

Entradas Gratuitas | Lotação Limitada a 300 Espectadores | Uso Obrigatório de Máscara | Ao Ar Livre e em Segurança

Os bilhetes poderão ser levantados, no dia 26 de Julho, no máximo de dois por pessoa, a partir das 17h00 na bilheteira da entrada do recinto do Ponte de Lima é Uma Surpresa.

Informação adicional:

- Será elaborado e amplamente divulgado o Plano de Contingência do recinto e do evento Ponte de Lima é Uma Surpresa.
- A lotação máxima do recinto será de 120 lugares sentados, devidamente espaçados, podendo ser reduzida de acordo com a natureza do espectáculo.
- Será proibido assistir aos espectáculos em pé.
- Os bilhetes para acesso a qualquer um dos espectáculos do Ponte de Lima é Uma Surpresa são gratuitos, mas obrigatórios, não sendo permitida a entrada no recinto a quem não for portador de bilhete de entrada.
- Os bilhetes poderão ser levantados, nos dias correspondentes à realização de cada espectáculo, no máximo de dois por pessoa, na bilheteira do Teatro Diogo Bernardes, a partir das 10h00 e até às 17h30, de segunda a sexta-feira e a partir das 20h00 na bilheteira da entrada do recinto do Ponte de Lima é Uma Surpresa, também dois por pessoa.
- Para os espectáculos dos fins-de-semana, os bilhetes deverão ser levantados, nos dias correspondentes à realização de cada espectáculo, no máximo de dois por pessoa, na entrada do recinto do Ponte de Lima é Uma Surpresa, a partir das 17h00.
- Obrigatório o distanciamento físico de 2 metros no acesso ao recinto e às bilheteiras ( a lotação da bilheteira do Teatro Diogo Bernardes é de 1 pessoa).
- É obrigatória a medição de temperatura de todos os presentes, sem registo escrito, à entrada do recinto.
- É obrigatória a higienização das mãos à entrada no recinto.
- É obrigatório o uso de máscara por parte do público durante todo o tempo dos espectáculos.
- As portas abrirão, pelo menos, uma hora antes do início dos espectáculos e pede-se aos espectadores que compareçam mais cedo, com, pelo menos, meia-hora de antecedência para se efectuarem todos os procedimentos de segurança.
- A abertura do recinto será antecipada para assegurar o acesso ao mesmo à chegada ao recinto, devendo os espectadores dirigir-se de imediato aos lugares indicados pelos assistentes de sala, cumprindo rigorosamente as instruções dos mesmos.
- Os acessos abrirão, pelo menos, uma hora antes do início dos espectáculos e os espectadores devem comparecer mais cedo, com, pelo menos, meia-hora de antecedência para se efectuarem todos os procedimentos de segurança.
- A permanência nos locais de atendimento deve ser limitada ao tempo estritamente necessário à realização do atendimento.
- Os espectáculos terão início à hora marcada e a direcção e/ou produção poderá impedir o acesso ao recinto depois do início dos espectáculos.
- Existirão lugares juntos para 4 coabitantes, 3 coabitantes, 2 coabitantes e lugares individuais.
- Grupos de mais de 4 coabitantes terão que, obrigatoriamente, ser separados, cumprindo o previsto no ponto anterior.
- Existirá um espaço reservado a cidadãos com mobilidade reduzida e respectivos acompanhantes.
- Qualquer espectador que abandone o recinto só pode voltar ao mesmo com novo bilhete, caso haja disponibilidade, cumprindo, novamente, todos os procedimentos de segurança e sem garantia do lugar ocupado previamente.
- Os espectadores devem cumprir rigorosamente todas as instruções dos assistentes de sala, devidamente identificados e em nenhum caso poderão trocar de lugares ou deslocar-se pelo recinto sem motivo justificado.
- Nas instalações sanitárias, feminina e masculina, apenas serão permitidas duas pessoas em simultâneo, situação que será sempre controlada por um assistente de sala à entrada das mesmas.
- Não é permitida a entrada no recinto com garrafas de vidro.
- No final de cada espectáculo, os espectadores deverão, obrigatoriamente, permanecer sentados nos seus lugares até serem instruídos pelos assistentes de sala para abandonar o recinto, por local diferente da entrada, de forma disciplinada e respeitando o distanciamento físico.
- Não será permitida a permanência de espectadores no interior do recinto após o final dos espectáculos.

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