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Ned Kelly

Cultura
27 Nov
Adicionar a calendário 2020-11-27 20:00:00 2020-11-27 20:00:00 Europe/Lisbon Ned Kelly + Teatro Teatro Diogo Bernardes

+ Teatro

Logo após a estreia, marcada para 17 novembro, a 27 de novembro, às 20h00, o espectáculo Ned Kelly, pelo teatromosca, será apresentado no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima.

Trata-se de uma criação de Pedro Alves, Paulo Castro e Paulo Furtado/The Legendary Tigerman, numa coprodução do teatromosca com a companhia australiana Stone/Castro e São Luiz Teatro Municipal.

Ned Kelly
teatromosca

"A história faz-se com documentos escritos, sem dúvida. Quando eles existem. Mas ela pode fazer-se, ela deve fazer-se sem documentos escritos, se os não houver. Com tudo o que o engenho do historiador pode permitir-lhe utilizar para fabricar o seu mel, à falta de flores habituais. Portanto, com palavras. Com signos. Com paisagens e telhas. Com formas de cultivo e ervas daninhas. Com eclipses da lua e cangas de bois. Com exames de pedras por geólogos e análises de espadas de metal por químicos. Numa palavra, com tudo aquilo que pertence ao homem, depende do homem, serve o homem, exprime o homem, significa a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser do homem."

“Combates pela História”, Lucien Febvre

NOTA BREVE SOBRE O ESPETÁCULO “NED KELLY”

Edward “Ned” Kelly foi um dos mais famosos fora-da-lei australianos e a sua vida inspirou aquela que é reconhecida como a primeira longa-metragem ficcional da História do Cinema, de que hoje só resta uma cópia restaurada de 17 minutos. Já muito se escreveu sobre Ned e o seu gangue, ora retratado como o mais influente ícone cultural australiano, capaz de inspirar inúmeros trabalhos artísticos, ora como um assassino desmerecedor do estatuto de herói. O espetáculo que o teatromosca apresenta agora em coprodução com a companhia australiana Stone/Castro, criado por Pedro Alves, Paulo Castro e o músico Paulo Furtado/The Legendary Tigerman, baseia-se tanto na história de Ned Kelly como nas histórias produzidas a partir da lenda que rodeia ainda a sua vida, assente num dispositivo vídeo-cenográfico que privilegia a simultaneidade da captação e transmissão de imagens em cena, realizadas e editadas em direto, complexificando a textura espaço-temporal do evento teatral, multiplicando os níveis de presença dos atores e criando uma “mise en abîme” onde se espelham os processos de construção da ação cénica e dos seus resultados em vídeo. Num contexto de diluição das fronteiras entre disciplinas artísticas, cria-se um espetáculo que se ocupa tanto de reencenar as imagens sobreviventes da longa-metragem de 1906, como em (re)construir as cenas perdidas. Assim, tomando como ponto de partida a(s) história(s) de Ned Kelly e também documentos cinematográficos, literários e outros, através de processos do teatro documental, e num momento em que proliferam as chamadas notícias falsas, lança-se um olhar sobre a “transitoriedade” da História e a “frágil autenticidade” do arquivo, acreditando que legislar a memória histórica não será nunca uma atividade livre de perigos e não sujeita a erros e enganos.

SOBRE O ESPETÁCULO

Muito provavelmente, em 1854, terá nascido Edward “Ned” Kelly, um dos mais reconhecidos "fora-da-lei" australianos, que ganhou um certo estatuto lendário por ter desafiado as autoridades coloniais. Em junho de 1880, entrincheirado num hotel, Ned e o seu gangue improvisaram armaduras de ferro que lhes cobriam o peito e a cabeça e enfrentaram a polícia num tiroteio que durou 12 horas e só acabou com a morte de todos os outros membros do grupo de marginais, exceto Ned Kelly, que foi preso depois de ter sido atingido com 28 tiros nas pernas e de ter enfrentado sozinho cerca de 50 agentes. Em 1906, foi realizada aquela que é reconhecida como a primeira longa-metragem ficcional da História do Cinema, “The Story of the Ned Kelly Gang”, inspirada na vida desta mítica personagem. Grande parte deste filme esteve perdida durante décadas, tendo sido feitas inúmeras descobertas sucessivas ao longo dos últimos anos do século passado que permitiram que fosse preparada uma cópia restaurada com 17 minutos de duração de um filme que, originalmente, se estima que tivesse 60 minutos. Em 2000, o escritor australiano Peter Carey publicou “True History of the Kelly Gang”, um elaborado gesto de ventriloquismo literário que ficciona uma autobiografia de Ned Kelly a partir de cartas, supostamente, escritas pelo próprio bandido.

De facto, alvo de um especial interesse no seu país de origem, Kelly poderá ser visto como o último sinal de um tempo e espaço sem lei, um verdadeiro ícone cultural, capaz de inspirar inúmeros trabalhos artísticos e biografias, celebrado como o equivalente australiano de Robin Hood. Contudo, também não será difícil encontrar outros que o veem como um assassino, desmerecedor desse estatuto de herói popular que lhe tem sido colado à pele. Os criadores teatrais Paulo Castro e Pedro Alves juntam-se ao músico Paulo Furtado/The Legendary Tigerman para criar um espetáculo, coproduzido pelo teatromosca e pela companhia STONE/CASTRO, que se inspira tanto na história de Ned Kelly, como nas histórias produzidas a partir da lenda que ainda hoje rodeia a sua vida.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Criação: Pedro Alves, Paulo Castro e Paulo Furtado/The Legendary Tigerman
Encenação: Pedro Alves e Paulo Castro
Interpretação: Mariana Fonseca, Nádia Yracema, Pedro Alves e Paulo Castro
Banda sonora original: Paulo Furtado/The Legendary Tigerman
Cenografia: Pedro Silva
Conceção de vídeo: Ricardo Reis e Tim Carlier
Figurinos: Helena Guerreiro
Fotografia: Catarina Lobo
Direção técnica e desenho de luz: Carlos Arroja
Operação técnica de luz e som: Nuno Gomes
Produção executiva: Inês Oliveira
Coprodução: teatromosca com a companhia australiana Stone/Castro e o São Luiz Teatro Municipal
Duração: 120 minutos

Horário:

20h00

Local:
Teatro Diogo Bernardes
Preço:

Brevemente informações sobre bilhetes.

Maiores de 16 anos.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 258 900 414 ou pelo email teatrodb@cm-pontedelima.pt.

Informação adicional:

MUITO IMPORTANTE:
- As portas abrirão, pelo menos, uma hora antes do início dos espectáculos e pede-se aos espectadores que compareçam mais cedo, com, pelo menos, meia-hora de antecedência para se efectuarem todos os procedimentos de segurança.
- Os espectáculos terão início à hora marcada.
- Não será permitida a entrada após o início dos espectáculos.
- Os espectadores devem cumprir rigorosamente todas as instruções dos assistentes de sala, devidamente identificados e em nenhum caso poderão trocar de lugares ou deslocar-se pelo recinto sem motivo justificado.
- No final de cada espectáculo, os espectadores deverão, obrigatoriamente, permanecer sentados nos seus lugares até serem instruídos pelos assistentes de sala para abandonar o recinto, por local diferente da entrada, de forma disciplinada e respeitando o distanciamento físico.

POR FAVOR, NÃO ESQUEÇA:
- É obrigatório o distanciamento físico de 2 metros no acesso ao recinto e às bilheteiras (a lotação da bilheteira do Teatro Diogo Bernardes é de 1 pessoa).
- É obrigatória a medição de temperatura de todos os presentes, sem registo escrito, à entrada do recinto.
- É obrigatória a higienização das mãos à entrada no recinto.
- É obrigatório o uso de máscara por parte do público durante todo o tempo dos espectáculos.
- A abertura do teatro será antecipada para assegurar o acesso atempado ao mesmo, devendo os espectadores dirigir-se de imediato aos lugares indicados pelos assistentes de sala, cumprindo rigorosamente as instruções dos mesmos.
- A permanência nos locais de atendimento deve ser limitada ao tempo estritamente necessário à realização do atendimento.
- O bar do Teatro Diogo Bernardes encontra-se encerrado.
- Nas instalações sanitárias, feminina e masculina, apenas serão permitidas duas pessoas em simultâneo, situação que será sempre controlada por um assistente de sala à entrada das mesmas.
- Não será permitida a permanência de espectadores no interior do Teatro Diogo Bernardes após o final dos espectáculos.

Agradecemos a colaboração de todos para continuarmos a oferecer Serviço Público de Cultura.

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