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- "Apareceu a Margarida", pela Companhia Baal 17
'Apareceu a Margarida', pela Companhia Baal 17
A 24 de março, às 22h00, no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, "Apareceu a Margarida", de Roberto Athayde, pela Baal17 - Companhia de Teatro, com Encenação e Dramaturgia de Clovis Levi e Interpretação de Bárbara Soares, Filipe Seixas, Rui Ramos e Sandra Serra.
“Apareceu a Margarida”, de Roberto Athayde
A professora Dona Margarida vai dar a sua primeira aula a uma turma da quarta classe (os próprios espectadores). A Dona Margarida é imprevisível, autoritária, sádica e maternal. Ela dá uma verdadeira anti-aula demonstrando que, às crianças, só resta obedecer, serem inexpressivos, impotentes e não terem nada a dizer. Dona Margarida retrata, com uma fúria avassaladora, os regimes totalitários que se multiplicam neste século XXI.
Dona Margarida alerta para a existência de linguagem susceptível de ferir as almas mais sensíveis.
“Apareceu a Margarida”
43.ª produção Baal17 – Companhia de Teatro
Texto | Roberto Athayde
Encenação e Dramaturgia | Clovis Levi
Interpretação | Bárbara Soares, Filipe Seixas, Rui Ramos e Sandra Serra
Cenografia e Figurinos | Bruno Guerra
Apoio à construção do cenário | Ivan Castro
Design Gráfico | Ana Rodrigues/WorkHouse
Vídeo | VideoPlanos/Produções | Audiovisuais | Fotografia | José Ferrolho
Direcção de Produção | Sandra Serra
Produção Executiva | Hugo Fernandes
Assistência de Encenação | Marisela Terra
Gestão | Rui Ramos
Duração | 100 min I Classificação
Etária | M/16
Agradecimentos | Fátima Mestre, Inês Graça, Pamela Jean Croitorou e Oficinas da Câmara Municipal de Serpa.
O Texto de Roberto Athayde
Apareceu a Margarida estreou no Brasil em 1973, na ditadura militar. Sem ser percebida pela duríssima e muitas vezes ignorante Censura (que chegou a invadir um teatro no Rio de Janeiro para prender Sófocles!), Margarida teve permissão para ser encenada por tratar-se, apenas, “de uma professora maluquinha e engraçada”. A percepção da plateia de que aquela sala de aula era o Brasil dominado pela repressão e pela tortura, aliada à alta qualidade do texto, à riqueza contida na poderosa encenação de Aderbal Jr. e na surpreendente performance da actriz Marília Pêra, deu à peça todos os prémios da temporada e permitiu o início de uma carreira internacional: o texto já foi encenado em mais de 30 países, incluindo Estados Unidos e França.
Roberto Athayde foi muito hábil: ao transformar os espectadores nos alunos de Dona Margarida, o formato “monólogo” ganhou outra dimensão e ampliou a sua capacidade de comunicação. A peça vale-se de outro trunfo: a personagem de Dona Margarida, uma mulher delirante, complexa, contraditória, sádica e maternal – que surpreende sempre o público ao conviver o tempo todo com o inesperado. Os temas estão lá: o poder, a repressão, a manipulação, a sociedade e suas contradições. Nada mais actual. Outra riqueza do texto é o seu humor arrasador.
A Encenação
Século XXI: o mundo vive uma fase aguda de intolerância, destacando-se a intolerância política, a intolerância religiosa e a intolerância sexual. O espectáculo discute estas questões baseando-se no potencial histriónico da professora Margarida. Damos-lhe uma multiplicidade, pois o Poder, a Repressão e a Intolerância têm diferentes faces, diferentes estilos, diferentes discursos. Por isso, a Personagem é feita por quatro actores - homens e mulheres de diferentes gerações.
Para o trabalho de Interpretação banqueteámo-nos com as criativas características de Margarida: delirante, contraditória, repleta de polaridades,sádica, protectora, envolvente, repelente – e sempre dona de uma expressiva carga de humor negro. O trabalho dos actores utiliza a técnica RasaBoxes, transitando pelos universos do Desejo/Riso/Piedade/ Raiva/Vigor/ Vergonha e Medo/Aversão/ Surpresa e Admiração. Isso leva os actores a um trabalho com forte carga emocional e repleto de transições.
(Clovis Levi)
Clovis Levi é Doutor em Teatro (Encenação) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Jornalista, foi crítico de teatro do jornal O Globo. Autor de teatro e TV (seriado O Bem Amado, Rede Globo), escritor de livros infanto-juvenis, publicados no Brasil e em Portugal.
Actualmente, leciona no Rui de Janeiro, na Faculdade CAL de Artes Cénicas, na cadeira de Interpretação. Foi docente em Portugal, na Escola Superior de Educação de Coimbra, entre 2001 e 2012.
Recebeu o Prémio Governo do Estado de São Paulo, Melhor Texto, com a peça teatral Se chovesse, vocês estragavam todos (coautoria de Tania Pacheco); e acabou de ser Finalista do Concurso Literário Barco a Vapor, Edições SM, 2017, com o livro O Gato de Botas de Sete Léguas. É autor do livro trilingue Teatro Brasileiro: um Panorama do Século XX.
Estudioso, encenador, autor, professor, Clovis Levi é uma referência no panorama teatral e mentor de centenas de actores e actrizes em Portugal e no Brasil.
22h00
Os bilhetes (3,00€) serão disponibilizados a partir das 9h00 do próximo dia 27 de fevereiro, terça-feira.
O número máximo de entradas a adquirir será de 4 bilhetes por pessoa, apenas no caso de existirem filas para a procura dos mesmos, podendo ir até ao máximo de 6 bilhetes por pessoa no caso de espectadores que pretendam adquirir a totalidade de lugares de uma frisa ou camarote de 1.ª classe ou camarote de 2.ª classe, com esse número de lugares (6 lugares), conforme constar na planta de lugares publicitada na Bilheteira do Teatro Diogo Bernardes e no website municipal, também apenas no caso de existirem filas para a procura dos mesmos (http://www.cm-pontedelima.pt/thumbs/uploads/writer_file/image/2230/MapaTDB_Final_1_1024_2500.jpg).
Relativamente aos pedidos realizados por correio electrónico, apenas serão atendidos os recebidos a partir da hora e data de disponibilização na bilheteira física, divulgada no mural oficial do facebook, nas mesmas condições acima indicadas e após serem satisfeitas as aquisições presenciais.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 258 900 414 ou pelo email teatrodb@cm-pontedelima.pt.